quarta-feira, junho 29, 2005

o metro de lisboa

Se não fosse criminoso,

O especialista em Transportes Fernando Nunes da Silva diz que é escandalosa a maneira como têm sido geridas as expropriações para a construção do Metropolitano de Lisboa.
"O Governo vendeu um terreno na Falagueira e depois expropriou-o para construir a estação, mas a um preço superior, dadas as expectativas entretanto criadas na zona pela passagem do metro. Ora isto é um caso de polícia", disse ontem durante o 4º Encontro da Transportes em Revista, que decorreu em Lisboa.

publico.pt, 29.06.2005

o metropolitano de Lisboa seria só confrangedor.

Veja-se a chamada linha Vermelha/do Oriente/D, por exemplo. Aberta mesmo a tempo da Expo'98, o circo glorificador do regime e da portugalidade (a exposição dos centenários, diz-vos alguma coisa?), construída em tempo record, sabe-se lá a custo de quê, só agora se dignam ligá-la às linhas amarela e azul, para deixar de ser preciso mudar de comboio duas e três vezes e/ou percorrer dúzias de estações.

"Só agora" é uma figura de estilo qualquer que tanto pode significar o início de 2007 como o final do mesmo ano (ou o início de 2008, a primavera, por exemplo), consoante estivermos em "um pouco de história" ou em "obras em curso".

Dois ou três anos, portanto, que foi mais ou menos o tempo que se levou a construir as primeiras sete estações. E para fazer apenas as duas estações gémeas do Saldanha e de São Sebastião, quando o projecto original previa, para 2004 (sim, já passou), a criação da estação Técnico. Mas toda a gente sabe que os centros comerciais são mais importantes que as universidades (e de resto o IST ainda não é uma universidade).

Ou seja, a novíssima «primeira linha completamente independente que é inaugurada desde a entrada em exploração da rede em 1959»* só deixa de ser completamente independente oito ou nove (ou dez) anos depois...

[E vamos saltar por cima da Baixa-Chiado / Terreiro do Paço / Santa Apolónia, com conclusão prevista para o final de 2005 ou o início de 2006 (idem em relação às datas), se não se importarem. Aceitam-se larachas cinéfilo-políticas.]



Depois, há uma coisa chamada "prolongamentos em estudo". Se não caírem entretanto no pântano esquecimento, pode ser que um dia (quando as galinhas, todas elas, voltarem a ter dentes) sejam prolongadas as linhas amarela, verde e vermelha.

A linha amarela seguirá (?) do Rato até Alcântara, com apeadeiros na Estrela e Infante Santo. [E agora uma pergunta estúpida, que não tem qualquer relação com o facto de morar onde moro.]

Mas por que espécie de idiotia é que quando se construiu o túnel até ao Rato, túnel esse que até continua por mais quatrocentos ou quinhentos metros até debaixo do Lyceu Pedro Nunes, não se escavou mais "uma beka" até à Estrela? Era só mais um bocadinho, não custava assim tanto, e ligava o metro à rede (mind the joke, please, please mind the joke) de eléctricos...

(E também não percebo qual é a relevância de escrever que «a linha de Cascais ficará, assim, directamente ligada à zona das avenidas novas»*. Se é por uma questão de preconceito podiam dizer «e à Lapa», também, mas o problema se calhar é meu.)

A linha verde ligará (?) Telheiras à Pontinha, numa extensão de três quilómetros, que, finalmente (Finalmente?), fará com que quem queira ir, digamos, de Telheiras à Pontinha, deixe de ter de andar 16 estações com duas mudanças (ou 22 com uma, ou eventualmente 13 com três).

Ora, se o ministro que inaugurou a estação de Telheiras (terá sido o Morais Sarmento? estou a ver distintamente esse idiota a dizer isto, ou outro que o valha, mas em Novembro de 2002? ou a inauguração foi depois?) disse que era inútil construir uma única estação a 700 metros da anterior (isto lembra-me o Rato, não sei porquê), que era preciso rever (de facto...) a política de expansão da "rede" de metro, também não percebo que se caia no extremo oposto... O de fazer três quilómetros sem uma única estação intermédia. A não ser que depois de Telheiras seja o vazio (ou não haja empreendimentos imobiliários a precisar de mais-valias).

A linha vermelha é um disparate. Ao fim de sabe-se lá quanto tempo, alguém se lembrou de que talvez não fosse má ideia levar o metro até ao aeroporto. Quando lá chegar, há-de acontecer que maomé já lá não esteja. E, vá lá, para norte, há-de bifurcar igualmente até Sacavém (quanto tempo para chegar ao Rossio, por exemplo?).

Para sul/ocidente, e depois de São Sebastião, continuará até Campolide (ligação aos comboios, magnífico, esta gente pensa em tudo), Amoreiras (idem quanto aos centros comerciais) e Campo de Ourique. E pára por aqui... Estávamos mesmo a ver uma segunda ligação à linha amarela na Estrela, mas não, são só quinhentos metros, faz-se bem a pé, o bairro é simpático, tem passeios largos e árvores e passarinhos e bebés nas ruas. O mundo é lindo.

Mas, como não pode ser perfeito, evidentemente, é óbvio que não só é completamente descabida a ideia de ligar Campo de Ourique à Estrela (deus disse: «não unirás o que é igual», até deve estar na bíblia), como mais disparatada ainda a mera sugestão de que a linha continuasse até ao Cais do Sodré, com paragem algures na Avenida D. Carlos ou Rua de São Paulo ou da Boavista. Era só o que faltava, dirão.

Do mesmo modo, ou mais ainda, só alguém com uma noção absurdamente desligada da realidade é que poderia encarar a perspectiva de fantasias como a de ligar o metro a Benfica (à estação de comboios e ao bairro onde também não deve haver nada nem ninguém), a Alcântara (já não a estação de comboios mas também o bairro que fica por baixo e para lá da ponte) e por aí fora (Ajuda, Belém...) (já houve quem sugerisse Algés, gente muito doente, como é evidente).


Mas voltando à notícia do Público, e para acabar:
Na sua intervenção, [Nunes da Silva] considerou um "disparate" a ideia do Metro das Colinas, incluída no Plano de Mobilidade de Lisboa, devido sobretudo aos seus custos, defendendo soluções mais leves para aumentar a mobilidade das pessoas naquelas zonas da capital, como elevadores, funiculares e a reactivação dos eléctricos como a carreira 28.

publico.pt, 29.06.2005

O quê, disparatada a ideia atoardada pelo competentíssimo António Mexia (para quem ainda se lembre do dito)? O tipo que tão depressa construía uma nova ponte como um novo túnel sob o tejo, para logo a seguir desencantar vários novíssimos mapas de tgv??? Só mesmo se for por vir de quem veio, e em plena pré-campanha alargada...

E, de facto, não é razoável, não é para acreditar o vago anúncio de que não antes de 2010 (mas logo a seguir, seguramente) poderia haver uma linha das Colinas, com o percurso Campo de Ourique, Estrela, São Bento, Academia das Ciências, Príncipe Real, Avenida, Campo dos Mártires da Pátria, Gomes Freire, Estefânia, Arroios, Paiva Couceiro, Penha de França, Sapadores, Graça, Cerca Moura e Santa Apolónia. [1, 2, 3, 4, 5]

Isso faria do metropolitano de Lisboa... uma rede! Que coisa tão estranha.

(E sim, a ideia de funiculares e elevadores e eléctricos também me agrada, mas devem ter acabado com eles por alguma razão. E daí...)


ADENDA:
Outro louco, um arquitecto que escreve de vez em quando para o Público (o tal que só é de referência porque os outros são para lá de maus, mas que não me deixa lembrar o nome do senhor), aqui há tempos (imediatamente a seguir à pré-derrocada), sugeriu que se devia aproveitar para construir uma estação a meio do túnel do Rossio, com ligação subterrânea ao metro do Rato e utilizando à superfície o edifício Auto-Palace, do Ventura Terra.
Parece que o Carmona Rodrigues defendeu uma coisa parecida, junto dos seus compinchas, e que não teve sorte nenhuma. Isso passou-se em Novembro, não havia eleições à vista, e se calhar não dava tanto em luvas. A ideia não era do genial Mexia, ministro de 15 que daria um excelente candidato a primeiro-ministro, um melhor ainda presidente da câmara, mas só do Carmona, que o há-de ser duas vezes sem perceber como.

informação inútil piramidal

smic francês = 1250 €*

salário médio português = novecentos-e-qualquer-coisa euros**

[valores "brutos", 'tá bem?]

* De 1950 a 1970 isto chamava-se salário mínimo interprofissional garantido. Desde então, chama-se smi de crescença. Porquê?
A regra de aumento é, quais sindicatos e negociações (que também existem), de 2,5% mais o valor de inflação (hors tabac)...

** Não sei como é que se chega a estes números. E consta (ah!) que as meninas & senhoras ganham menos (muito menos).
Já o salário mínimo nacional, em tempos indexado às propinas para a malta dizer que era muito, que crescia muito, parece que já não se chama assim. Agora (três vivas para o cãozinho do dr. bagão félix: hip hip, hurray!, hip hip, hurray!) chamar-se-á «retribuição mínima mensal garantida» (é preciso adorar esta gente). E em 2003, 2004 e 2005 cresceu uns estonteantes 2,5% (o que até deve servir para o ps fingir que é de esquerda, daqui por uns tempos).
Aliás, minto. Por estas bandas, o salário mínimo (ou retribuição garantida) está dividido em três classes categorias: "restantes actividades", "agricultura" e "serviço doméstico" (por ordem de grandeza). Em 2003 e 2004, estúltima até cresceu uns fantásticos 3,5%...

segunda-feira, junho 27, 2005

«Tem tanta aparência de negro como eu. Mas deve ter sangue de negro dentro dele. Fazia de propósito para ser apanhado, como um homem se propõe a casar. Andou sumido durante uma semana. Se não tem deitado fogo à casa, é provável que durante um mês inteiro não descobrissem o crime. E não teriam suspeitado dele, se não fosse um tipo chamado Brown, que o negro empregava para vender whisky, enquanto pretendia fazer-se passar por branco, e a quem queria imputar as responsabilidades do whisky e o crime; mas Brown contou a verdade.

«E, ontem, apareceu em Mottstown, à luz do dia, num sábado, quando a cidade está cheia de povo; foi ao barbeiro branco, como um verdadeiro branco; e, porque tem aspecto de homem branco, ninguém desconfiou dele. Nem mesmo quando o engraxador reparou que trazia uns sapatões grandes demais para os seus pés. Barbeou-se, cortou o cabelo, pagou-lhes, e foi direitinho a uma loja onde comprou uma camisa, uma gravata e um chapéu de palha, com parte do dinheiro roubado à mulher que matara. E pôs-se a andar pelas ruas, em pleno dia, para cima e para baixo, como se fosse dono da cidade, sem que as pessoas que passavam dezenas de vezes ao pé dele desconfiassem de coisa alguma; até que Halliday o viu; dirigiu-se a ele, agarrou-o e disse: «o seu nome não é Christmas?» e o negro disse que sim. Nunca o negou. Não fez nada. Não procedeu nem como negro nem como branco. E foi isso que ia endoidecendo toda a gente. Um assassino a passear na cidade, bem vestido, no ar de desafio a todos para se roçarem por ele, quando devia andar fugido, oculto no mato, procurando esconder-se, sujo e enlameado. Era como se ele próprio não soubesse que era um assassino, e ainda menos um negro.»


William Faulkner, Luz de Agosto
Lisboa, Livros do Brasil, s.d.
Colecção Dois Mundos, 58
p. 239

sábado, junho 25, 2005

outro jesuíta enraivecido...

– É inútil que tu te defendas. Agora o mundo inteiro tem uma só meta, que é o inferno.

Continuou em alta voz, como se falasse do púlpito de uma igreja:

– Sim, o inferno, de que pouco sabeis, tu e todos os que contigo estão para lá se dirigindo com passo lesto e ânimo louco! Vós acreditáveis que no inferno encontraríeis espadas, punhais, rodas, navalhas, correntes de enxofre, bebidas de chumbo líquido, águas geladas, caldeiras e grades, serras e maças, sovelas de tirar olhos, tenazes de arrancar dentes, pentes de esquartejar os flancos, correntes de moer os ossos, bichos que roem, acúleos que aplainam, laços que estrangulam, cavaletes, cruzes, ganchos e cutelos? Não! Estes são tormentos impiedosos, mas tais que mente humana pode ainda concebê-los, pois havemos até concebido os toros de bronze, os assentos de ferro ou o perfurar as unhas com canas afiadas... Vós esperáveis que o inferno fosse uma barbacã feita de Peixes Pedra. Não, outras são as penas do inferno, porque não nascem da nossa mente finita, mas sim da infinita de um Deus irado e vingativo, obrigado a fazer gala da sua fúria e a mostrar que, como teve a grande misericórdia em absolver, não tem menor justiça no castigar! Deverão ser essas penas tais que nelas possamos entrever a desigualdade que corre entre a nossa impotência e a sua omnipotência!

– Neste mundo – disse ainda aquele mensageiro da penitência –, vós costumais ver que para cada mal se encontrou qualquer remédio, e não há ferida sem o seu bálsamo, nem tóxico sem o seu antídoto. Mas não penseis que o mesmo aconteça no inferno. São lá, é verdade, extremamente molestas as queimaduras, mas não há linimento que as atenue; ardente a sede, mas não há água que a refrigere; canina a fome, mas não há comida que a restaure; insuportável a vergonha, mas não há pano que a cubra. Ao menos que houvesse lá uma morte, a qual pusesse um termo a tantas dores, uma morte, uma morte... Mas isto é o pior, que aí nem sequer podeis jamais esperar uma graça de resto tão lutuosa qual é a de ser exterminado! Procurais a morte sob todas as suas formas, procurais a morte, e nunca tereis a fortuna de encontrá-la. Morte, Morte, onde estás (ireis continuamente gritando), qual será o demónio tão piedoso que no-la dê? E compreendereis então que lá jamais se acaba de penar!

O velho nesta altura fez uma pausa, ergueu os braços com as mãos ao céu, sibilando em voz baixa, quase a confiar um segredo tremendo que não devia sair daquela nave.

– Jamais acabar de penar? Quer dizer que penaremos até que um pequeno pintassilgo, vindo beber uma gota por ano, pudesse chegar a secar todos os mares? Mais. In saecula. Penaremos até que um ácaro das plantas, vindo dar uma bicada por ano, pudesse chegar a devorar todos os bosques? Mais. In saecula. Penaremos então até que uma formiga, movendo um só passo por ano, possa haver girado toda a terra? Mais. In saecula. E se todo este universo fosse um só deserto de areia, e cada século lhe retirasse um só grão, acabaríamos porventura de penar quando o universo fosse todo limpo? Nem isso. In saecula. Imaginamos nós que um condenado ao cabo de milhões de séculos deite duas lágrimas sós, deixará ele então de penar quando o seu pranto for capaz de formar um maior dilúvio do que aquele no qual foi antigamente perdido todo o género humano? Ora, basta, que não somos crianças! Se quiserdes que vo-lo diga: in saecula, in saecula deverão os condenados penar, in saecula, que é o mesmo que dizer em séculos sem número, sem termo, sem medida.

Agora o rosto do padre Gaspar parecia o do carmelita da Griva. Erguia os olhos ao céu como para nele achar uma só esperança de misericórdia.

– Mas Deus – disse com voz de penitente digno de compaixão –, mas Deus não pena à vista das nossas penas? Não sucederá que Ele sinta um movimento de solicitude, não sucederá que por fim ele se mostre, para que sejamos ao menos consolados pelo seu pranto? Ai de mim, ingénuos que sois! Deus infelizmente mostrar-se-á, mais ainda nem podeis imaginar como! Quando erguermos os olhos veremos que Ele (devo dizê-lo?) veremos que Ele, transformado para nós num Nero, não por injustiça mas por severidade, não só não quererá nem consolar-nos, nem socorrer-nos, nem apiedar-se, mas com satisfação inconcebível rirá! Pensai portanto em que loucuras deveremos nós irromper! Nós ardemos, diremos, e Deus ri? Nós ardemos, e Deus ri? Oh Deus crudelíssimo! Porque não nos fulminas com os teus raios, em vez de nos insultares com os teus risos? Redobra mesmo, ó impiedoso, as nossas chamas, mas não queiras com elas regozijar-te! Ah, riso a nós mais amargo que o nosso pranto! Ah, alegria a nós mais dolorosa que as nossas dores! Porque não tem o inferno nosso voragens por onde se possa escapar à figura de um Deus que ri? Demasiado nos enganou quem nos disse que a nossa punição seria o ver a face de um Deus indignado. De um Deus risonho, deveria pelo contrário dizer-se, de um Deus risonho... Para não ver e ouvir esse riso preferiríamos que nos caíssem as montanhas na cabeça, ou que a terra nos faltasse debaixo dos pés. Mas não, porque infelizmente veremos o que nos magoa, e seremos cegos e surdos a tudo, salvo àquilo a que queríamos ser surdos e cegos!


Umberto Eco, A Ilha do Dia Antes
Tradução de José Colaço Barreiros
Lisboa, Difel, 2ª ed., 1995.
pp.413-15

ao pé do politburo da oficina soviética de ciências, letras nunca deixou de ser uma cresce.


Hoje (17/6) de manhã em reunião do Conselho Directivo da faculdade, foram fixados os valores das propinas de licenciatura, pós-graduações e doutoramentos para o próximo ano lectivo.
A grande novidade é o facto de ter sido fixada a propina minima (cerca de 490�).
O Conselho directivo é composto por 4 estudantes, 4 professores e dois funcionários, aprovou a proposta dos estudantes da propina minima com os votos favoráveis dos estudantes e uma funcionária, os votos contra dos professores e com a abstenção do outro funcionário a propina minima e torna assim a faculdade de Ciências a primeira faculdade a descer o valor da propina do valor mais alto em 2004/05 (880�) para o valor mais baixo.
O presidente do Conselho directivo pretendia fixar uma propina de 900�, não esperando o apoio da funcionária à proposta dos estudantes na votação.
Após a votação o presidente acusou os estudantes de irresponsabilidade, ameaçou que não haveria condições para começar o próximo ano lectivo em Setembro e suspendeu a reunião não acabando a ordem de trabalhos que ainda pretendia aprovar o calendário escolar.
Esperam-se novos desenvolvimentos da situação, prevendo-se para já um inicio do próximo ano lectivo quente.

&

Um breve inform sobre a situação da fac.letras de lisboa

1) depois da invasão da semana passada, o presidente do CD convocou, com 24h úteis de antecedência uma nova reunião, para a passada 2ª feira às 9 da manhã!

2) ele foi espertalhão, deu-nos pouco tempo para mobilizar e apareceram apenas 20 malucos à porta do CD. Desta vez havia um segurança

3) Os estudantes que estavam lá dentro (apenas 2) tentaram alegar a ilegalidade da reunião. Quando viram que a coisa ia mesmo acontecer vieram cáfora abrir a porta, passámos facilmente o segurança (empurrando a porta)mas uma funcionária fechou a porta da sala do cd (para chegar ao cd temos que passar duas portas). Fomos comidos. Propina de 530 euros.

4) Para amahã está programada uma acção surpresa na Faculdade de Letras para tentar entalar o Conselho Directivo e aproveitando a presença dos media para entalar também o Governo.

.......

boas,
sobre este assunto, todos entendemos esta candidatura do sá fernandes como 1 cena 1 beka sui generis, eu pelo menos qd se soube k o bloco o ia apoiar fikei 1 bocado a pensar no assunto...
mas axo k se calhar podiamos tentar encarar akilo k esta candidatura pode trazer de bom po bloco e pa lisboa
é certo k o tipo foi do mais interventivo possível na cidade, toda a gente se lembra de ver diversas notícias em que ele aparecia a dar a cara por causas e movimentos de cidadãos contra barbaridades urbanísticas e ambientais k as últimas câmaras fizeram. e interpostos judicias k ele ele levava a cabo.
sabemos as ideias dele. preocupações agudas com o ecologismo. a reabilitação urbana. o desenvolvimento e o planeamento sustentado. o fim da corrupção, em particular imobiliária, nas autarquias. uma cidade com qualidade de vida.
mesmo n tendo o discurso político ao qual tamos mais habituados, isto n qr dizer k ele n partilhe de muitas das preocupações sociais k são as nossas, talvez n as toke da mm forma k mtos de nos, mas kem ja foi a alguma acção de campanha viu k ele é 1 tipo k n foge a estas kestoes
pessoalmente, eu axo k o facto de termos 1 candidatura independente pode ter 1 mais valia importante: abrir a campanha e assim alargar o bloco, demonstramos k estamos fechado sobre o nosso umbigo e k conseguimos trabalhar com muita gente, k apesar de ser diferente tem muitas proximidades com as ideias k o bloco tem pa cidade.
de qualquer maneira, kem kiser tá vontade pa escrever 1 texto com ideias pa campanha, cenas k 1 jovem de lx axa k n tevem tar de fora das linhas programaticas desta candidatura. de certeza k serão levadas em conta.
se calhar era fixe k numa próxima ocasiao de jovens de lx se discutisse este assunto, onde toda a gente pudesse dar a sua opinião, acerca do nome do candidato, do rpograma, da cena da paridade...
beijinhos
natasha
ps: sobre a kestao da democraticidade axo k o alex ja disse ( e bem ) tudo o k era pa dizer...

sexta-feira, junho 24, 2005

olha olha...

...p'ra eles a ganharem lisboa:

Projecção - Lisboa
Candidato Partido %
Carmona Rodrigues PPD/PSD 40,9

Manuel Maria Carrilho PS 33,3

José Sá Fernandes BE 8,4

Maria José Nogueira Pinto CDS/PP 4,6

Ruben Carvalho CDU 8,8

Outro Candidato / O.Part./Branco/Nulo 4,0


Sondagem SIC/Expresso/Renascença


Portanto, deixa cá ver, "maioria sociológica" de direita?

40,9 + 8,4 + 4,6 = 53,9%


sábado, junho 18, 2005

Arrastão

post de teste tentando descobrir se é possível inflacionar o número de visitas...

terça-feira, junho 14, 2005

continua...

não vou dizer que tudo isto é uma conspiração securitária com o objectivo de levantar um muro /uma vedação (dão-se alvíssaras.......) à volta de bairros que não são em cascais, só espero que a "blogosfera" esteja mais satisfeita com o p.c. jornalístico:

Doze jovens assaltaram ontem alguns passageiros que seguiam num comboio da linha de Sintra (no sentido Lisboa-Sintra). A PSP conseguiu deter um indivíduo suspeito para interrogatório e a CP afirmou que as autoridades terão apreendido um telemóvel supostamente roubado.

Diário de Notícias, 14 de Junho de 2005 [e esta notícia vinha às 21 horas imediatamente a seguir à da morte do manuel tiago...]

& ainda, ou melhor:

GNR detêm indivíduo na praia de Quarteira por agressão a militar

A GNR deteve esta manhã na praia de Quarteira, no Alagarve [sic], um membro de um grupo de 50 jovens, depois deste [o grupo todo] ter agredido o agente que o tentava identificar [ao grupo], indicou fonte da corporação [conjunto de pessoas que dirigem assuntos de interesse público].
Ao pedir a identificação aos elementos do grupo [mas, why the fuck???], um dos militares da GNR [um dos dois?, um dos trinta?] foi agredido com um murro [não quererão dizer tabefe? sopapo?] na mão e um pontapé na perna e o agressor – um angolano de 22 anos que viria a ser detido [now we're getting there...] – ainda tentou tirar a arma ao agente [horror].
A presença do grupo de jovens de origem africana [estação terminal, é favor abandonar o comboio...], na localidade algarvia, provocou algum susto entre os banhistas [que estranho, porquê?], depois dos incidentes verificados ontem na praia de Carcavelos [.......]. Mas, de acordo com fonte da GNR, não se verificou nenhum tipo de assalto ou distúrbios no local [oh, graças a deus, ou à gnr. foi uma identificação preemptiva, portanto].
De acordo com o Comando da GNR de Faro, os jovens – alguns [?] dos quais [?] integrariam [?] alegadamente [?] o grupo [?] que ontem [?] provocou [?] o pânico [?] na praia [?] de Carcavelos [?] –, ter-se-ão concentrado cerca das 12h00 na zona do "calçadão", junto à praia, após uma "rave" numa discoteca de Albufeira [ou seja, deixa lá ver se percebo, alguém, que terá estado alegadamente em carcavelos, na sexta à tarde, desesperado com a violência metropolitana rumou aos algarves, onde terá estado alegadamente numa rave, para espairecer, com as crianças (o gato ficou em palmela), seguindo depois alegadamente para um pequeno-almoço de tremoços e um escaldão à hora do almoço, e reconheceu distintamente um dos tipos que são todos iguais...].
Algumas das pessoas que ali faziam praia chegaram a pensar tratar-se de um grupo organizado de assaltantes [horror], mas logo que a GNR chegou ao local [graças ao telemóvel] o grupo dispersou, permanecendo ali apenas cerca de 20 jovens [mas não eram cinquenta?!?].
Além da detenção, a GNR identificou ainda dois jovens, de 21 e 22 anos, um residente na Cova da Moura – tal como o detido – e outro na Amadora [and who gives a fuck??? já agora, dêem-nos o nome dos pais, a altura, o estado civil e as impressões digitais...].

Publico.pt, 11 de Junho de 2005, 16h32



(Pausa porque tudo isto é deprimente. Nescafé.)

domingo, junho 12, 2005

O spaghetti não se corta...

... e os cursos superiores também não [assim vão pensando docentes e discentes universitários].
"Bolonha deve ser 3+2 ou 4+1 ou 5+0? E propinas, aumentam pouco ou muito?" é o resumo de anos de exercício mental em portugal [quando isto designar um país farei o esforço de escrever P...] sobre a Declaração de Bolonha.
Porquê?

[a uma pergunta responde-se com uma pergunta]

Quando foi apresentada uma proposta de Lei de Bases [ou de Financiamento ou outra merda qualquer] do/para o Ensino Superior por alguém que não fosse governo-em-funções ou grupos parlamentares que apoiam o governo-em-funções?

[na sua resposta deverá ter em conta:
1) a data de fundação da primeira universidade em portugal,
2) que portugal nem sempre foi uma républica,
3) que portugal foi uma monarquia constitucional,
4) o conceito de entropia na teoria do caos.]

sábado, junho 11, 2005

começou...

No Público de dezanove de março, sob o título «Os Principais Compromissos do Governo», elencava-se como uma das "medidas" do célebre "plano tecnológico" a «[introdução do] empreendedorismo como matéria obrigatória de ensino».

(Já agora, na mesma lista de tópicos em que, entre outras cretinices, se resumia o propósito dado como inevitável: «não aumentar a preços constantes o valor das propinas no 1.º ciclo [oh, que bom, que bom, viva o novo governo socialista que não vai duplicar o valor das propinas de dois em dois anos, até porque tinha de mudar a constituição, que chato, e lembrar às pessoas que os célebres mil e duzentos paus foram fixados em 1940, e que na altura até havia uma guerra, e racionamento, e assim] e adequar o valor das propinas à natureza do 2.º ciclo [ei!, mas isso quer dizer que afinal vão triplicá-lo?]». Está visto, Bolonha nunca foi senão isto. Eu não queria acreditar, mas pronto, acabou-se.)

É evidente que estou a escrever de Carcavelos.

E gostava de dizer que isto é só o princípio, num post princípio-do-fim-do-mundista, mas vai ficar só a indignação (comme d'habitude).

Que merda de blogosfera (entendida como o conjunto de blogs portugueses que segundo o technorati referem a palavra carcavelos) é esta, em que a esmagadora maioria dos posters (cromos, porque são gente pequenina?) só se chateia com o facto de a comunicação social, tão p.c. que ela é, não dizer que os meliantes em questão eram pretos[/negros]???

A primeira dúvida que me assalta é o número disparado -- 500 pessoas!

(Nota sobre os jornais de referência: «Teriam sido 500? Mil? Dois mil? A fonte [policial] do DN, com vasta experiência profissional, não se coibiu de apontar para os dois mil.»)

Ou seja, assim como, por exemplo, .................................................... (preencha você mesmo: qual foi a última manifestação com cerca de 120 pessoas?).

E de volta à indignação: alguém tem de se queixar da correcção política dos bronzeados proprietários de estabelecimentos comerciais de veraneio, que não apontando a pele dos indivíduos em questão se limitavam a dizer para a t.v. que «não eram portugueses, mas não percebi que língua é que falavam» (de entre todas as línguas possíveis: são-tomês, goês-damãoês-diuês, timorês, guineês, moçambiquês, angolês, brasileño...).

Alguém tem de apear o senhor Capucho, que não liga cá a essas cenas de raça ou nacionalidade mas garante que «não são de Cascais» (porque não diriam, com bons modos, «ó tia, passe daí a carteira louis vuitton»).

(Pausa para meia-de-leite e trabalho escravo. Continua.)

ao milésimo incréu:

Por favor, queira aceitar as nossas desculpas.

terça-feira, junho 07, 2005

I am:
Stanislav Lem
This pessimistic Pole has spent a whole career telling ironic stories of futility and frustration. Yet he is also a master of wordplay so witty that it sparkles even when translated into English.


Which science fiction writer are you?

domingo, junho 05, 2005

Strip my Dog...

... é uma banda fabulástica, post-punk industrial gótico doom com vocalizações a la Robert Plant.
10 em 10, two thumbs up, genial...

[o meu sonho... um dos meus sonhos é, um dia, conseguir convencê-los a ser vocalista/letrista. quem sabe?...]