domingo, maio 29, 2005

curiosidade jornalística...

Será Portugal o único país [ou similar] do qual o único diário de referência [sim, O Público] é um tablóide [e não estou falando do grafismo]?
Já agora, alguém saberá a[s] raz[ão/ões] para o O Público ser mais caro [em termos comparativos e absolutos] do que, por exemplo, o The Guardian [que tem mais páginas, jornalistas e colunistas a sério, não cobra pelo acesso à edição-e...]? Custos da perifericidade? Porque os supermercados da Polónia estão dando buraco? Porque sim?
Finalmente, um exercício de memória: havendo uma fina linha entre jornal e desperdício de papel e tinta/assassínio de árvores, em que momento terá O Público pisado essa linha?

terça-feira, maio 24, 2005

Proposta[s] Presidencia[l/is] para a Esquerda

1. Augusto M. Seabra
2. Vasco Pulido Valente
3. Eu próprio [quando fizer 35 anos, aprender a apreciar whisky - que não whiskey ou bourbon - e tiver direito a pelo menos uma coluna semanal em O Público]

draft?

A propósito do tipo que está ali abaixo [o marx] e fazia anos há tempos, diziam, num comentário censurado por causa dos links para páginas nojentas: «As ideias deste animal levaram à execução de mais de 100 milhões de pessoas! Porque não lhe faz uma venia?»...

Podia ter respondido com uma imagem da verónica ou do ovo de colombo, mas contive-me.

Agora, proponho ao rapazito (sem link), se nos continuar a visitar, que descubra que famoso assassino lhe assenta melhor (faço uma vaga ideia, tendo em conta o teor dos comentários)


com dezoito perguntas e com quarenta e cinco para não ser acusado de batota.



Já o resto das cassandras espero que não cheguem ao milhão de mortes, como este [o ernesto] (bem, a não ser de plantinhas de algodão).

quinta-feira, maio 05, 2005

Nascido a 5 de Maio


Karl Marx (1818-1883)


(Eu até ia pôr aqui um bocado do Manifesto do Partido Comunista (em galego), mas a palavra burguesia está em toda a parte. E irrita-me. Demasiado.)

quarta-feira, maio 04, 2005

The Bookless Future

It is late at night, and I am at home, in my study, doing research for a book on the culture of war in Napoleonic Europe. In an old and dreary secondary source, I find an intriguing but fragmentary quotation from a newspaper that was briefly published in French-occupied Italy in the late 1790s. I want to read the entire article from which it came. As little as five years ago, doing this would have required a forty-mile trip from my home in Baltimore to the Library of Congress and some tedious wrestling with a microfiche machine. But now I step over to my computer, open up Internet Explorer, and click to the "digital library" of the French National Library. A few more clicks, and a facsimile copy of the newspaper issue in question is zooming out of my printer. Total time elapsed: two minutes.

It is the next day, and I am in a coffee shop on my university campus, writing a conference paper. A passage from Edmund Burke's Letters on a Regicide Peace comes to mind, but I can't remember the exact wording. Finding the passage, as little as five years ago, would have required going to the library, locating the book on the shelf (or not!), and paging through the text in search of the half-remembered material. Instead, on my laptop, I open Internet Explorer, connect to the wireless campus network, and type the words "Burke Letters Regicide Peace" into the Google search window. Seconds later, I have found the entire text online. I search for the words "armed doctrine" and up comes the quote. ("It is with an armed doctrine that we are at war. It has, by its essence, a faction of opinion, and of interest, and of enthusiasm, in every country.") Total time elapsed: less than one minute.

It is a few days later, and I am in my university office. I have seen a notice of a new book on Napoleonic propaganda, and am eager to read it. A few years ago, I would have walked over to the library and checked the book out. But this particular book does not exist on paper. It is an "e-book," published on the Internet only. A few clicks, and the text duly appears on my computer screen. I start reading, but while the book is well-written and informative, I find it remarkably hard to concentrate. I scroll back and forth, search for keywords, and interrupt myself even more often than usual to refill my coffee cup, check my e-mail, check the news, re-arrange files in my desk drawer. Eventually I get through the book, and am glad to have done so. But a week later I find it remarkably hard to remember what I have read.

[...]


David A. Bell, «The Bookless Future», The New Republic Online


apontado em political theory daily review

(ah!, e aceitam-se pedidos do texto completo por e-mail, quando o link deixar de funcionar e/ou não houver paciência para fazer registo.)

perdão?!?

A EUROPA DO FUTURO

A notícia parece uma brincadeira surrealista de mau gosto, mas o facto de ter sido publicada no Libération não nos dá motivos para duvidar da sua autenticidade. O patrão duma fábrica de transformadores e aparelhos eléctricos, na região da Alsácia, decidiu deslocalizar uma parte da empresa para a Roménia.
Até aqui, tudo “normal”, já que a empresa passou de 91 a 39 trabalhadores, desde 1998, tendo despedido sempre grupos de nove de cada vez, para escapar à intervenção da inspecção do trabalho, necessária por lei a partir de dez. O insólito é que, desta vez, foi proposto às nove trabalhadoras “contempladas” que, em vez do despedimento, poderiam ir trabalhar para a Roménia, com um salário de 110 euros mensais.
E o empresário explica a sua solução para a crise, como se fosse a coisa mais natural do mundo: “110 euros em França é pouco, mas na Roménia é suficiente”.
Frente às instalações da fábrica, o clima é de medo, e apenas uma trabalhadora tem a coragem de dizer aos jornalistas: “Propor-nos ir trabalhar para a Roménia por 110 euros é diminuir-nos. Quando nos estafámos a trabalhar para a empresa, durante mais de vinte anos, merecíamos mais do que isto”.
No escritório chovem faxes cheios de insultos. Mas, assegura o esperto dirigente: “Recebemos também mails de felicitações vindos de outros patrões”.

Briteiros

ou nós é que não percebemos

daqui a seis meses (ok, desta vai custar mais algum tempo), daqui a dois anos, quando o camarada Cavaco convocar por sua vez o referendo vitorioso (há quem diga que ele não está pr'aí virado, mas nós não queremos acreditar nisso) para o chuvoso domingo 13 de maio de canonização dos pastorinhos (estamos a abusar da profecia, mas), quantos dos comentadores de serviço não recordarão a renovada sagacidade do camarada Sampaio?

o que foram seis meses de santana comparados com a hipótese tremenda de que ele tivesse sido eleito caso houvéssemos ido a votos?

o que é mais meia-dúzia de julgamentos (ou grosa-e-meia de complicações pós-aborto de escada) perante o esmagador resultado de um referendo sem praia?

aparentemente...

...da sondagem da Marktest com estes resultados...

A favor da despenalização do aborto estão 54 por cento dos inquiridos, com 28,6 por cento a afirmarem que votariam contra, enquanto 16 por cento afirmam não ter opinião ou não querer responder.

A realização do referendo sobre o aborto é mais importante do que a consulta sobre a Constituição europeia para 46 por cento dos inquiridos. Para 39,3 por cento, o referendo à Constituição europeia deveria ser realizado antes do referendo sobre a despenalização do aborto.

Público - Última Hora


...não faria parte a pergunta: acha que a assembleia da república se deve demitir das suas responsabilidades?

nem, por maioria de razões: parece-lhe que o actual presidente da república deve lavar daqui as suas mãos?

(ou mais prosaicamente: vai estar a banhos em Julho?)

o direito à censura

Consta que as autoridades judiciais romanas (como em italianas, presumo que não o tribunal canónico do vaticano, ou o santo ofício anteriormente presidido por) querem bloquear o acesso ao IndyMedia, já que alguém publicou imagens coladas do papa-nazi.

Baseiam-se para isso numa «lei que proíbe a difamação da igreja católica» (não imagino de quando possa ser a lei -- do tempo do duce, dos estados papais, do sr. berlusconi...), e querem ainda «tomar medidas» (independemente da fogueira dos infernos) contra os donos do site por «insultarem a honra e autoridade de sua santidade ela própria».

Note-se que a dita lei proibirá apenas, aparentemente, a difamação (?) da icar, e não das crenças das pessoas em geral (como a lei britânica mediante a qual é possível proibir, por exemplo, representações teatrais que descrevam a violência machista sikh).

Mas há aqui um problema: mesmo quando não seja possível vê-la enquanto manifestação artística, a colagem é evidentemente a manifestação de uma opinião... E a opinião, pensava eu que era livre.

Mas se as autoridades romanas quiserem mesmo queimar as gentes por antecipação (ou fechar páginas menos soft), tenham muito boa sorte: há quem se limite a sugerir que o tipo é parecido com uma personagem da guerra das estrelas, quem ache que ele pertence ao clube de fãs do david hasselhoff, quem pense que ele é nazi...

O que, para a esmagadora maioria do planeta (estação espacial internacional incluída), é evidentemente menos escandaloso que considerarem-no sua santidade, representante de deus na terra, ou escolhido pelo espírito santo.


ps: tendo em conta o conteúdo geral do indymedia, pergunto-me ainda assim se este foi mesmo o melhor pretexto que encontraram... não o conseguem fechar, sem mais?! ainda não???

terça-feira, maio 03, 2005

Morte ao Presidente Jorge Sampaio!

disclaimer: não é necessariamente para levar a sério. só a paráfrase da última deixa de um filme e de uma sugestão lá em baixo. de qualquer maneira ninguém lê isto, e segundo o título a nossa capacidade de persuasão é nula.

abril é evolução / novembro é isto

Lá em baixo, escrevia o Jorge Silva Melo «delegando. Delegando até nos "melhores" (Sampaio é melhor do que Cavaco, eu até fiquei contente) -- mas resumindo a sua política à delegação»...

Hoje, nem isso.

O cidadão Jorge Sampaio é entarameladamente a favor do sim no referendo sobre a ivg, talvez até nunca lhe tivesse passado pela cabeça, enquanto líder do partido socialista, a negociação de um acordo com o seu colega de sacristia Marcelo Rebelo de Sousa -- como fez o seu sucessor, António de Oliveira Guterres --, mas o presidente da república Jorge Sampaio não teve a mais pequena dúvida, há sete-anos-sete, quando não só não inviabilizou o referendo (o que devia/podia ter feito) como ainda por cima o marcou para... 28 de Junho, domingo de praia.

Como à primeira se engana sempre, o presidente Sampaio lembrou-se agora de que referendos em Julho é chato, que a malta está de férias e não vota. Como é evidente, o presidente Sampaio telefonou para a Nasa a fim de saber como vai estar o tempo daqui a dois meses...

Mas foi este o jogo da democracia estabelecido pel'os poderes que são. Os mesmos que, chumbada a regionalização em referendo, aprovaram via psd um arremedo de divisão administrativa à la carte, e que se preparam via ps para factualizar a regionalização até que não haja nada para referendar, ou ninguém que dela possa discordar.

Os mesmos que, sendo inconstitucional o referendo de tratados e de constituições (até porque a penúltima que tivemos foi plebiscitada com o resultado que se viu), se preparam para exigir a aclamação popular do tratado constitucional europeu. E que achando até hoje que os referendos não podem ser realizados em conjunto com outras eleições, se preparam para garantir a aclamação popular fazendo-a coincidir com as autárquicas ou as presidenciais.

Do senhor Sampaio, ter-se-ia exigido em 1998 que não pactuasse com o acordo de confessionário oliveira-guterres/rebelo-sousa. E em 2005 que não fizesse o mesmo que a coalizão josé-barroso/paulo-portas em 2004... Referendo?! Isso agora não interessa nada.

***

oh que porcaria de post... leiam antes estes:

I'm no Lady

Renas e Veados

Barnabé

e mais não sei.

domingo, maio 01, 2005

Primeiro de Maio...

... eu e milhões de outros trabalhadores estamos comemorando este marco da história da humanidade trabalhando (eu diria, prostituindo-mo-nos, mas poderiam acusar-me de estar sendo sarcástico...). Mas não devo lamentar-me; se não consigo aderir à ideologia e modus vivendi burgueses, a culpa é inteiramente minha.

Pergunta cretina: é possível estar num qualquer sítio de diversão nocturna sem que nos tentem "engatar" (cereja no topo do bolo: de uma forma pouco menos que grosseira, lembrando-nos que @ "engatad@" tanto podia ser @ própri@ como o candeeiro dois metros à esquerda?)

sniff, sniff