domingo, abril 10, 2005

pré-publicação / o chocho de línguas

A revolução não é o convite para um jantar, a composição de uma obra literária, a pintura de um quadro ou a confecção de um bordado; ela não pode ser assim tão refinada, calma e delicada, tão branda, tão afável e cortês, comedida e generosa. A revolução é uma insurreição, é um acto de violência pelo qual uma classe derruba outra.

Nós estamos confrontados com dois tipos de contradições sociais -- as que existem entre nós e o inimigo, e as existentes no seio do próprio povo. Esses dois tipos de contradições são de natureza totalmente diferente.

As contradições entre nós e o inimigo são contradições antagónicas. No seio do povo, as contradições entre os trabalhadores são não-antagónicas, e as que existem entre as classes exploradas e as classes exploradoras, além do aspecto antagónico que apresentam, têm um aspecto não-antagónico.

«Então não querem abolir o poder do Estado?» -- Sim, queremos, mas não precisamente agora. Agora ainda não podemos fazê-lo. Porquê? Porque o imperialismo ainda existe, porque a reacção interior ainda existe, e porque as classes ainda existem.

Nós somos partidários da abolição da guerra; nós não queremos a guerra. A guerra, porém, só pode abolir-se por meio da guerra. Para acabar com as armas, há que pegar em armas.

O mundo está progredindo, o futuro é brilhante, e ninguém pode mudar essa tendência geral da História. Nós devemos realizar uma propaganda constante, entre o povo, sobre os factos representativos do progresso do mundo e do seu brilhante futuro, de modo que ele possa ganhar confiança na vitória.

Sem preparação, a superioridade não é realmente superioridade e não pode haver iniciativa. Uma vez compreendido esse ponto, uma força inferior, mas preparada, pode muitas vezes derrotar, num ataque de surpresa, forças inimigas superiores.

Dotado de um espírito indomável, este exército está decidido a esmagar seja que inimigo for; ele jamais se deixará subjugar. Sejam quais forem as circunstâncias, por mais difíceis que se apresentem, este exército bater-se-á sempre até ao último homem.

Mesmo quando o nosso trabalho é coroado de grandes êxitos, não há qualquer razão para que nos vangloriemos e tornemos arrogantes. A modéstia contribui para o progresso enquanto que a presunção conduz ao atraso. Devemos ter sempre presente essa verdade.

Como servimos o povo, não temos medo de ver apontadas e criticadas as falhas que tivermos. Seja quem for pode apontar as nossas falhas; se tiver razão, nós próprios corrigi-las-emos. Se aquilo que propuser beneficiar o povo, nós agiremos de acordo com a proposta.

A crítica deve fazer-se a tempo; é necessário desembaraçar-se desse hábito de só criticar depois de consumados os factos.

Devemos apoiar tudo o que o inimigo combate e combater tudo o que o inimigo apoia. Ser resolutos, não temer sacrifícios, vencer todas as dificuldades, tudo para a vitória.

Nós poderemos aprender aquilo que ainda não compreendemos. Nós não sabemos apenas destruir o mundo velho, nós sabemos também construir um mundo novo.


[com a devida vénia]

INCRÉUS (2):

1/5/05 09:30 / Anonymous Anónimo

isto foi para celebrar a conferência dos jovens bloquistas, para garantir que este jornal sai da gaveta ou para este blog ir tendo uma novidadezita por semana?

 
1/5/05 09:30 / Blogger zoto

todas as anteriores... e não haver desculpas de noutro sítio nos faltar o único texto que "fomos" capazes de escrever.

 

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